O ex-servidor do setor de compras de Sidrolândia, César Augusto dos Santos Bertoldo, se defendeu das acusações de corrupção relacionadas à Operação Tromper, afirmando que os valores recebidos do empresário Ricardo José Rocamora Alves se referem ao pagamento por sessões de fisioterapia feitas com sua esposa.
Bertoldo e Alves são réus na investigação que apontou o ex-secretário de Sidrolândia e ex-vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), como o líder do esquema de corrupção na administração municipal. Em sua defesa apresentada à Justiça, o ex-servidor negou envolvimento em atos ilícitos e destacou que a aprovação de notas e recebimento de mercadorias passavam por vários servidores, não sendo sua responsabilidade exclusiva.
A defesa de Bertoldo ainda ressaltou que todas as testemunhas ouvidas no processo afirmaram que ele não teve participação no esquema e pediu sua absolvição.
Ex-chefe de licitações pede retirada de tornozeleira eletrônica
Outro desdobramento da Operação Tromper envolve o ex-chefe de licitações de Sidrolândia, Marcus Vinicius Rossettini de Andrade Costa, que solicitou à Justiça a retirada de sua tornozeleira eletrônica. No pedido, ele argumentou que sua situação não deveria ser equiparada à dos demais réus, pois as provas contra ele seriam menos contundentes.
Marcus também informou que deixou Sidrolândia e se mudou para Campo Grande para recomeçar sua vida, afastando-se de qualquer contexto que pudesse gerar suspeitas ou associações indevidas.
Justiça aponta prejuízo social causado por esquema de corrupção
Em decisão recente, o juiz Fernando Moreira Freitas da Silva, de Sidrolândia, prorrogou o uso da tornozeleira eletrônica de Claudinho Serra e outros cinco réus. Segundo o magistrado, o esquema liderado pelo ex-secretário causou prejuízos à sociedade ao comprometer a competição em processos licitatórios e desviar dinheiro público, resultando em danos significativos ao erário.
Serra tentou se livrar do monitoramento eletrônico alegando que exercia um emprego lícito como vereador, mas documentos mostram que sua última participação em sessão legislativa foi em 2 de abril, um dia antes de sua prisão. Após 23 dias detido, ele obteve liberdade, mas permaneceu afastado por licenças até o final do mandato.
Operação Tromper desmantela esquema de corrupção em Sidrolândia
Claudinho Serra, ex-secretário de Fazenda, Tributário e Gestão Estratégica de Sidrolândia, está no centro das investigações da terceira fase da Operação Tromper, deflagrada pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O juiz da Vara Criminal de Sidrolândia aceitou, em 19 de abril, a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) contra Claudinho e outros 22 réus. Investigações e uma delação premiada do ex-servidor Tiago Basso da Silva revelaram fraudes em diversos setores da Prefeitura de Sidrolândia, incluindo irregularidades no Cemitério Municipal, na Fundação Indígena, no abastecimento da frota de veículos e no recebimento de propinas de empresários. Os valores das propinas variavam entre 10% e 30% do valor dos contratos, dependendo do tipo de acordo firmado.
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