Prefeitura de Campo Grande decreta emergência na saúde pública por 90 dias

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Foi publicado neste sábado (26) no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) o decreto que estabelece situação de emergência na saúde pública do município, inicialmente pelo período de 90 dias. A decisão foi motivada pelo aumento expressivo de casos de síndromes respiratórias e pela atual falta de leitos nos hospitais da Capital.

O anúncio foi feito durante reunião do Centro de Operações de Emergência (COE) para Doenças Respiratórias e Arboviroses, que contou com a presença da prefeita Adriane Lopes, da secretária municipal de saúde, Rosana Leite, do chefe de imunização da Secretaria Estadual de Saúde (SES/MS), Frederico de Moraes, da vice-prefeita Camila Nascimento e demais representantes de entidades ligadas à saúde.

Segundo a secretária Rosana Leite, a situação é crítica, com aumento significativo de casos de Influenza A e Vírus Sincicial Respiratório, e ocupação máxima dos leitos hospitalares. “A maioria dos casos são graves e o tempo de internação é longo, o que compromete a rotatividade dos leitos, podendo haver colapso nas próximas quatro a seis semanas”, alertou.

Entre as principais medidas anunciadas estão:

  • Ampliação da vacinação contra Influenza para todos os públicos a partir de segunda-feira (28), em todas as unidades de saúde de Campo Grande;

  • Uso obrigatório de máscaras dentro das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs);

  • Implementação de um Plano de Contingência para Atendimento Pediátrico.

Rosana destacou que a baixa adesão à campanha de vacinação é um dos fatores que agravaram o atual cenário. Apenas um terço da meta vacinal foi atingido, apesar da imunização ter sido iniciada para os grupos prioritários há mais de um mês.

O chefe de imunização da SES/MS, Frederico de Moraes, afirmou que o Estado está atuando em cooperação com a prefeitura para enfrentar a crise, e que o retorno do sistema de vacinação drive-thru está sendo avaliado como estratégia para ampliar a cobertura vacinal.

Durante a reunião, a prefeita Adriane Lopes declarou que está acompanhando a situação de perto e reforçou que todas as medidas possíveis estão sendo tomadas para conter o avanço da doença.

Mais de 70 óbitos em quatro meses

A situação é ainda mais alarmante diante dos números apresentados: de janeiro até o final de abril, Campo Grande já registrou mais de 70 óbitos por Síndrome Respiratória Grave, incluindo quatro mortes de crianças menores de quatro anos – duas delas com menos de um mês de vida.

Diante desse cenário, a possibilidade de suspensão das aulas foi cogitada para o futuro, mas ainda não há previsão. “Neste momento, recomendamos que bebês abaixo de seis meses evitem sair de casa e que sejam evitadas aglomerações”, orientou Rosana.

Programa aluno imunizado

Para fortalecer a imunização e reduzir os casos de síndromes respiratórias, foi lançado o Programa Aluno Imunizado. Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e a Secretaria Estadual de Educação (SED/MS), o projeto levará doses da vacina diretamente às escolas municipais e estaduais. A aplicação depende da autorização prévia dos pais.

Abertura de leitos no interior

Para desafogar o sistema hospitalar da Capital, a prefeitura, em conjunto com a SES/MS, negocia a abertura de mais 10 leitos na cidade de Três Lagoas, que poderão atender tanto pacientes do interior quanto de Campo Grande.

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