O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) decidiu arquivar uma investigação que acusava a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, e sua vice, Camilla Nascimento, de abuso de poder econômico com viés religioso durante a campanha eleitoral de 2024. A sentença foi proferida pelo juiz eleitoral Ariovaldo Nantes Corrêa, que julgou improcedentes as denúncias apresentadas pelos partidos Social Democrata Cristão (DC) e Democrático Trabalhista (PDT).
As acusações apontavam que as gestoras teriam utilizado recursos financeiros e influência religiosa para captar votos. Entre as alegações estavam:
- Participação frequente em cultos religiosos, nos quais Adriane teria discursado para fiéis com suposto intuito de influenciar a vontade dos eleitores.
- Formação de uma rede de campanha em igrejas, envolvendo pastores como cabos eleitorais.
- Nomeação de líderes religiosos para cargos públicos com altos salários.
- Organização de eventos em templos religiosos, incluindo um realizado na “Aliançados Arena”, que contou com a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, declarando apoio à prefeita.
Defesa e decisão judicial
Em sua defesa, Adriane Lopes e Camilla Nascimento afirmaram que a presença em eventos religiosos fazia parte de suas rotinas pessoais e profissionais, destacando que a prefeita possui cerca de 20 anos de vivência religiosa. Também argumentaram que pastores de diferentes denominações apoiaram diversos candidatos durante o pleito, o que indicaria ausência de exclusividade ou favorecimento direcionado.
Ao analisar o caso, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa concluiu que as participações em cultos religiosos, isoladamente, não configuraram abuso de poder econômico nem comprometeram a lisura do processo eleitoral. Apesar disso, o magistrado determinou o envio de trechos do processo à autoridade policial para investigar denúncias de possível compra de votos. Relatos indicaram que valores entre R$ 50 e R$ 100 teriam sido oferecidos a eleitores para participarem de reuniões e ações de campanha.
Prefeita e Vice-Prefeita permanecem nos cargos
Com a decisão, Adriane Lopes e Camilla Nascimento permanecem à frente da Prefeitura de Campo Grande. O arquivamento da investigação por abuso de poder econômico reforça a legitimidade da chapa eleita, embora a apuração sobre as denúncias de compra de votos continue em outro âmbito.
A decisão do TRE-MS repercute no cenário político local, reafirmando a importância de um processo eleitoral transparente e equilibrado.
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