Na noite desta quarta-feira (29), um protesto tomou conta do Terminal Morenão, localizado na região sul de Campo Grande, contra o recente aumento de R$ 0,20 na tarifa de ônibus. Com a medida, o valor da passagem subiu de R$ 4,75 para R$ 4,95, posicionando Campo Grande como a 11ª cidade com a tarifa mais cara entre as capitais brasileiras.
O protesto, organizado por passageiros e apoiado por movimentos sociais, não foi motivado apenas pelo reajuste, mas também pela insatisfação com a qualidade do serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo da cidade. Entre as principais reivindicações estão melhorias na frota, fim da superlotação, reparos em problemas estruturais dos veículos e até mesmo a proposta de implementação da tarifa zero, além da estatização do serviço.
Douglas, representante da Unidade Popular, foi enfático ao criticar a situação do transporte público em Campo Grande, destacando que usuários e trabalhadores enfrentam um serviço precarizado há mais de sete anos. A professora Rebeca Borges, também presente no ato, reforçou que a população não tolera mais a falta de acessibilidade e a condição dos ônibus, frequentemente sucateados.
Além disso, o ano de 2024 foi marcado por diversos incidentes envolvendo os ônibus, como alçapões soltos e elevadores para cadeirantes quebrados. Goteiras e a superlotação nos veículos também têm sido problemas recorrentes. A insatisfação se intensificou com a falta de manutenção adequada dos ônibus, o que agrava a imagem do consórcio responsável pelo transporte.
O protesto contou com o apoio de movimentos sociais como Ligados no Transporte, Coletivo Linha Popular, Vamos à Luta, União Juventude Comunista, Juventude Socialista Brasileira e Juventude do PT, além da solidariedade da vereadora Luiza Ribeiro, que se juntou às reivindicações da população.
Em um apelo por um ato pacífico, os organizadores pediram que os manifestantes evitassem confrontos e vandalismo, reforçando a importância de medidas de segurança, como se manter em grupo e informar familiares sobre deslocamentos.
O ato de protesto evocou lembranças das manifestações de 2013, quando um aumento na tarifa gerou a mobilização de cerca de 60 mil pessoas nas ruas, levando à revogação da medida. Neste ano, a Prefeitura de Campo Grande justificou o aumento com base em uma determinação judicial, mas os manifestantes seguem firmes em suas exigências pela revogação do reajuste e melhorias no transporte público.
A mobilização continua a ganhar força, e o futuro do transporte público da cidade segue incerto, com a população aguardando respostas às suas demandas.
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