A crise no transporte coletivo de Campo Grande se agrava em meio às disputas entre Prefeitura, Consórcio Guaicurus e uma população cada vez mais insatisfeita. O mais recente capítulo dessa novela política envolve a tentativa de criação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa responsável pelo transporte público da cidade.
O presidente da Câmara Municipal, Papy (PSDB), deve “segurar” o andamento da CPI, que está sendo articulada pelos vereadores Júnior Coringa (MDB), Rafael Tavares (PL) e Luiza Ribeiro (PT). O requerimento para a abertura da investigação será protocolado no próximo dia 18 de fevereiro. Essa será a oitava tentativa de instaurar uma comissão para apurar possíveis irregularidades do Consórcio Guaicurus.
Até o momento, nove vereadores já declararam apoio à iniciativa, e outros cinco podem se juntar ao movimento no dia do protocolo. O grupo de parlamentares promete enfrentar a resistência de Papy, que defende aguardar a conclusão de uma perícia judicial solicitada pelo Poder Judiciário. O presidente da Câmara acredita que os resultados dessa perícia, previstos para o segundo semestre, fornecerão dados concretos sobre a situação do Consórcio antes de qualquer investigação legislativa.
O vereador Carlão Borges (PSB), ex-presidente da Câmara e padrinho político de Papy, também manifestou apoio à estratégia de esperar os resultados periciais antes da abertura da CPI.
População protesta contra aumento da tarifa
Enquanto as disputas políticas ocorrem nos bastidores, a população segue mobilizada contra o aumento da tarifa do transporte coletivo. Um protesto está marcado para a noite desta quinta-feira (06/02), no Terminal Bandeirantes. O aumento de R$ 0,20 na passagem, que passou de R$ 4,75 para R$ 4,95, gerou revolta entre os usuários, que organizam o ato sob o slogan “Aumento NÃO”.
A insatisfação da população é reforçada por uma pesquisa do Instituto de Pesquisa de Resultados (IPR), divulgada pelo jornal Correio do Estado, que aponta que 83,5% dos moradores reprovam os serviços do Consórcio Guaicurus. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) atestou que a empresa não está cumprindo integralmente o contrato de concessão.
A crise do transporte público de Campo Grande segue sem solução definitiva, enquanto vereadores, prefeitura e usuários continuam travando batalhas em busca de melhorias e maior transparência no serviço oferecido pelo Consórcio Guaicurus.
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