Um músico de 38 anos, acusado de agredir sua companheira, uma jornalista de 37 anos, em Campo Grande, foi liberado nesta terça-feira (11) com o uso de tornozeleira eletrônica e sob medida protetiva. O crime ocorreu no dia 3 de fevereiro, durante o Carnaval, quando a vítima estava com sua filha de apenas 8 meses no colo e sofreu agressões dentro de um carro a caminho de casa.
A decisão judicial que concedeu a liberdade ao suspeito argumentou que ele apenas tentou se defender de supostos ataques verbais e físicos da vítima, não havendo elementos que desabonem sua conduta. Ainda segundo o despacho, por ser réu primário e pela natureza do crime, a condenação em regime fechado seria improvável. Dessa forma, sua prisão preventiva foi revogada, e ele será monitorado eletronicamente.
Apesar da medida protetiva que o impede de se aproximar da jornalista a menos de 200 metros, o músico manteve o direito de visitar e manter contato com a filha. Outras determinações incluem a proibição de sair da comarca sem autorização judicial, comparecimento obrigatório a todos os atos do inquérito e eventual ação penal, além de apresentar-se mensalmente em juízo para atualização de endereço e justificativa de atividades.
Jornalista se revolta com decisão
Ao saber da decisão, a jornalista expressou sua revolta, afirmando que não houve uma análise detalhada das provas anexadas ao inquérito na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam). Ela enviou um vídeo ao Jornal Midiamax, gravado logo após a agressão, no qual aparece com sangramento no nariz e com a filha nos braços, relatando o ocorrido.
De acordo com a vítima, não houve discussão entre os dois no momento da agressão. Ela contou ainda que sofreu um ciclo de violência psicológica por quatro anos no relacionamento, mas que nunca havia sido agredida fisicamente. Segundo a jornalista, suas filhas chegaram a pedir para sair de casa por não suportarem presenciar os ataques verbais do agressor.
Versão do agressor
Ao ser detido, o músico alegou que apenas revidou agressões verbais e físicas que teria sofrido dentro do carro. Ele negou que a vítima estivesse com a criança no colo e afirmou que ela o atacou ao sair do veículo, momento em que ele teria apenas se defendido. A jornalista, por sua vez, rebateu essa versão, ressaltando que o suspeito não prestou socorro a ela ou à filha após as agressões.
O suspeito foi afastado de uma das bandas das quais fazia parte após a prisão. Ele também se recusou a assinar seu depoimento prestado na Deam, o que, segundo a vítima, demonstra inconsistência em sua própria defesa.
Onde buscar ajuda
Mulheres vítimas de violência doméstica em Campo Grande podem buscar amparo na Casa da Mulher Brasileira, localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, que funciona 24 horas por dia. O local oferece atendimento jurídico, psicológico e social, além de abrigamento temporário.
Denúncias podem ser feitas pelos telefones 180 (Central de Atendimento à Mulher), 190 (emergência policial) ou pelo Promuse no número (67) 99180-0542. Caso haja negligência policial, é possível denunciar a Corregedoria da Polícia Civil pelo telefone (67) 3314-1896 ou ao GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial) pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
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