David Cloky Hoffamam Chita, despachante de 40 anos apontado como líder de um esquema de fraudes no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), apresentou-se recentemente à Justiça após um período foragido. Chita é acusado de liderar uma organização criminosa que inseria dados falsos no sistema do Detran-MS para regularizar veículos de forma ilegal.
A denúncia, aceita pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande, torna David Chita réu pelo crime de inserção de dados falsos. Também foram denunciados os servidores públicos Genis Garcia Barbosa, Eufrásio Ojeda e Abner Aguiar Fabre, por participação no esquema. Segundo as investigações, o grupo teria obtido um lucro ilícito de cerca de R$ 290 mil ao regularizar ilegalmente a documentação de pelo menos 29 veículos com restrições. A polícia, no entanto, acredita que o número de veículos envolvidos na fraude ultrapassa 200, com foco em caminhões com quatro eixos, cuja regulamentação ainda estava pendente.
A operação Miríade, deflagrada em 29 de junho de 2023, revelou a extensão do esquema. As investigações apontam que o grupo se beneficiava da regularização de veículos antes da entrada em vigor de regulamentações específicas. Em uma segunda investigação conduzida pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), a 3ª Vara Criminal de Campo Grande decretou a prisão de David Chita em 28 de maio de 2024. Na ocasião, ele não foi encontrado pelas autoridades e foi informado por seu enteado que havia viajado com a esposa para São Paulo.
David Chita apresentou-se à Justiça recentemente e, em sua defesa, contestou as acusações. Alega que a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) é genérica e carece de detalhes específicos sobre os atos ilícitos que teria cometido. A defesa argumenta que a falta de especificidade na denúncia compromete a sua legitimidade.
O caso segue em tramitação na Justiça de Mato Grosso do Sul, com grande expectativa sobre os desdobramentos das investigações e o julgamento dos envolvidos.
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